sábado, 8 de junho de 2013

Lançamento 1001 Discos!

Ready To Die, The Stooges, 2013

Em 2009, após a morte do guitarrista Ron Asheton, os Stooges decidiram que precisavam gravar mais um disco e quatro anos depois, sai do forno "Ready To Die", pela gravadora independente Fat Possum Records.

No centro de um alvo e com dinamites pelo corpo, Iggy, aos 66 anos mostra que não tem nada a perder e está pronto para destruir tudo. Logo na primeira faixa do novo álbum, os riffs e a parede de barulho da banda já mostram bem que "Ready to Die" é barulho, força e tapa a orelha!

O álbum resgata a força e batida punk de "Raw Power",  lançado em 1973 e parece ser bem oposto do criticado "The Weirdness" de 2007.  A volta de Williamson  casando com a bateria de Scott Asheton faz uma boa diferença na sonoridade das músicas, em algumas faixas lembrando bem a fase garageira da banda.
O sax de Steve MacKay traz um clima mais jovial e sofisticado para canções como "Sex and money", que chega a ser uma faixa bem divertida. Quase setentões, ouvir os avôs do punk ,dizendo coisas como" Estou à procura de uma razão para viver/Sexo e dinheiro/ Eu só tenho duas coisas para dar/ Sexo e dinheiro", chega a parecer irônico e debochado. Mas estamos falando da banda de Iggy Pop, o cara que rolava em cacos de vidro, fazia as mais absurdas estripulias em palco e também fora dele e simplesmente revolucionou, junto com outras bandas a história do Rock. Então está certo, ele pode!

Lembrando que desde a década de 70, o público fã de Stooges mudou bastante e hoje em dia,ao se falar de Punk Rock a gente foge um pouco daquela cena sombria e densa das ruas de Nova York e o que dita as regras agora é algo mais leve, jovial, talvez até mais divertido, de fato.
O álbum mescla bem o as características joviem e agressiva nas faixas que seguem,como a letra de "Gun", que chega  a ser uma dura crítica a sociedade americana " gritando com outro cara/argumentando sobre a torta/se eu tivesse uma arma/atiraria em todo mundo".

O diferencial de "Ready To die" (voltando até aos dois primeiros álbuns que hoje em dia mal são citados para comparar com o atual), é que pela primeira vez pode- se sentir  uma pausa para o barulho e uma dedicação a sonoridade. Percebe-se bem  nas faixas "mais lentas" do disco. (Unfriendly World", Beat That Guy" e The Departed"). Não chegam a ser baladas, pois a forte e grave voz de Iggy traz uma referência folk, o que deixa o novo trabalho ainda mais interessante.
A faixa título do disco não chama muito atenção se for comparada aos outros certos sucessos,, mas também é muito bem produzida e conta com os ótimos riffs de Willianson , lembrando também a fase "Fun House/ Raw Power".

Destaques então para" Unfriendly World", "Sex and Money" e a faixa que fecha o trabalho " The departed", uma homenagem ao  falecido guitarrista e fundador dos Stooges junto com Iggy e Scott Asheton, Ron Asheton. Faixa que faz chorar até os mais durões avôs punk quando é tocado o riff de "I Wanna Be Your Dog", criado por ele e clássico da banda.
Nesse momento do disco não tem como não parar e pensar se estamos mesmo prontos para morrer,como o título do trabalho diz. Talvez sim, e isso até é mais fácil de se preparar do que perder pessoas que realemente gostamos.

Vale lembrar também , para os amantes do vinil,que o trabalho foi lançado nesse formato e está disponível nas principais livrarias e lojas de discos. Fica a dica para os colecionadores!

E é isso aí galera! Muito som bom na cabeça de vocês e, esse post em breve será divulgado em mais dois portais! É o 1001 discos se alastrando!!! =)
Fiquem na torcida, ok?

Até a próxima resenha que será recheada de gaita e Blues!


quarta-feira, 1 de maio de 2013

#5 Jeff Buckley, Grace, 1994

Saudações trabalhadores desse mundão! Esse post é pra vocês que no final do dia "na lida", descansam ao som de algum som bom!

E por falar em trabalho e em som bom, certo domingo estava eu, workando, em frente ao computador, sentada no meu lugar favorito (a fileira do fundo, onde ninguém senta, também conhecida como "hemisfério norte"), e depois de passar por mais de vinte vezes pelo fechamento do programa futebol, resolvo ouvir uma musiquinha. E caça dali, caça daqui, encontro todo o álbum Grace, do Jeff Buckley. Eternos "muito obrigada" para a pessoa que se arriscou colocando as músicas ali, foi por um bem maior, acreditem!.

E com essa voz sensacional na minha cabeça, atormento a vida do meu amigo livreiro favorito da Livraria famosa e gigante que fica em frente ao prédio onde trabalho.

Vinte longos dias depois, vou buscá-lo (CD importado, demorou pacacildas pra chegar) e resolvo comemorar tal  fato e outros mais com dois amigos em um pub também famoso, logo perto.
Fiz isso bem no dia do show da banda Television, de Tom Verlaine, que chegou a trabalhar junto com Buckley no seu segundo álbum. Meus amigos, ambos apaixonados pelo cantor, piraram com o CD e  o papo que por ali rolou teve muito a ver com o álbum, com "Last Goodbye", com o filme "Vanilla Sky" e alguma coisa a ver com os prós e contras eu ser o único ser solteiro da mesa e coisas que não me recordo mais, pois isso já faz quase um mês e eu tenho essa terrível mania de postergar meus posts e dá nisso!

O álbum, lançado em 1994,época do grunge, (toda aquela coisa pesada e instrumentos gritando tanto que a gente nunca consegue lembrar de uma música antes de ouvir por muitas e muitas vezes), pode ser comparado com os mais belos olhos que alguém já viu. Com o detalhe desses olhos também carregarem uma boa dose de tristeza. Me sinto assim ao ouvir, música a música: Diante de belos olhos azuis de alguém "so blue".
Mas o trabalho de Buckley não é  traumatizante e carregado de tristeza, e sim de uma incrível sensibilidade estética.As dez músicas do álbum falam sobre perda, mudanças, saudade, tudo aquilo que sentimos quando evoluímos de fase nesse game real que a gente chama de vida." Real " talvez não seja mesmo a palavra, afinal de contas, Buckley fez parte da trilha sonora do filme "Vanilla Sky " que , quem assistiu sabe que realidade pode ser um conceito bem distorcido e interpretativo.

Pode parecer coincidência, mas esse desapego que parece ser algo triste, na verdade é uma libertação e esses dias, nessa fase de "Grace" que tanto ouvi, duas coisas que faziam parte da minha vida,simplesmente não fazem mais. E o processo não foi tão difícil ou dolorido assim, talvez meus olhos fossem mais tristes na época em que me apeguei de verdade ao que me puxava para baixo.

Enfim, voltando ao álbum, destaques para a maravilhosa "Last Goodbye", que tem a capacidade de amolecer até o mais endurecido e frio dos corações (alguém que conheço precisa ouvir) e também tem uma capacidade incrível de trazer um certo ar de "final/recomeço", ótima para ser ouvida em finais de fases,ciclos, para quem se liga nisso, claro.
Ainda não sei, por experiência própria se concordo com a letras de "Lover, You Should`ve Come Over",embora ela seja linda e verdadeira ao dizer que se é jovem demais pra jogar tudo pro alto e desistir.
Outro destaque vai para "Dream Brother", mais agitada na parte instrumental  e "Hallelujah", de Leonard Cohen, onde percebi a mesma coisa que o jornalista que resenhou esse álbum para o livro 1001 discos para ouvir antes de morrer". Faço minhas as palavras de Seth Jacobson quando ele escreve que "demonstra tanta autoconfiança que ficamos pensando quem gravou a primeira versão".

E fica por aqui, minha homenagem a esse músico maravilhoso de uma das vozes mais potentes que ouvi (não falo aqui de gritaria), que tinha um futuro promissor, futuro que o músico deixou no Rio Wolf, Tennessee, morrendo afogado.

Esse post é dedicado também ao talento e arte de Jeff Buckley.
Obrigada.

Jeff Buckley, Grace, 1994, Columbia

01- Mojo Pin (Buckley - Lucas)
02- Grace (Buckley - Lucas)
03-  Last Goodbye (Buckley)
04- Liliac Wine (Shelton)
05- So Real (Bucley - Tighe)
06 - Hallehujah (Cohen)
07 - Lover, You Shold`ve Come Over (Buckley)
08 - Corpus Christi Carol (Buckley)
09- Eternal Life ( Buckley)
10 - Dream Brother (Buckley - Grondahi- Johnson)

Esse vídeo é a cena dos personagens Sofia (Penélope Cruz) e David (Tom Cruise), no filme Vanilla Sky.
Obrigada pelo link,conhecimento e coração divididos aqui, Bruno, amigo lindo!
=)



E agora, só restam 996!
Até a próxima e Tchaus!

domingo, 24 de março de 2013

O 1001 Discos recomenda:





Sim, eu já brinquei de amigo secreto de três pessoas. E não, não me arrependi, pelo contrário, só vi vantagens.
Começando pelo fato de que os amigos secretos são meus amigos de verdade. As pessoas com quem compartilho os mais variados momentos. Estudamos juntos. Com eles dividi homéricos porres no bar do Zé do Pau. Eles me colocaram em um avião pela primeira vez na vida (e fizeram um vídeo meu chorando de medo antes de decolar, que ódio!).Com eles assisti a shows inesquecíveis, pulei no mar de roupa e tudo numa noite fria pra caramba de agosto, não entendemos juntos o sotaque das pessoas em Porto Alegre e achamos que pagaríamos "treze reais" em uma bola de sorvete, tietamos artistas da globo,presenciamos o pôr- do- sol mais bonito de nossas vidas,filosofamos juntos,dividimos quartos de hostel com péssimas companhias, tivemos até a ideia de abrir nosso próprio hostel em alguma praia paradisíaca por aí. Quem sabe não rola mesmo?

Outra vantagem do amigo secreto entre três pessoas é que quando você sabe como é o seu amigo secreto você tem mais chance de acertar no presente. Tudo bem que eu dei um livro de história para o João. É, um livro de história! Não um DVD, uma camisa cool, mais uma garrafa de Tequila, mas sim um livro de história, coitado. E eu pedi uma esteira ergométrica para a Ericka, mas ela disse que eu não estava brincando de amigo secreto com a Narcisa.

 Enfim, que seja. Meu presente foi bem melhor que a esteira: Ganhei o DVD "No Bull', do AC/DC!

Gravado em julho de 1996 ,no Plaza de Toros de Las Ventas, em Madrid, Espanha, o trabalho é resultado da turnê do álbum Ballbreaker, de 1995, marcando a volta do baterista Phil Rudd após mais de uma década ausente e que logo logo será resenha desse querido e "humirde" blog. Foi lançado em VHS em 1996, relançado em DVD em 2000.
Em 2008 o concerto ganhou uma nova edição entitulada "No Bull,The Director´s Cut", em DVD e Blu- Ray, contendo extras sensacionais como: bônus track de algumas performances da mesma turnê, toda a lista de shows do Ballbreaker Tour (incluindo a passagens dos australianos pelo Brasil), e a versão da câmera de Angus Young em quatro músicas, incluindo "You Shook Me All Night Long". É de babar em cima do sofá com a energia e toda a correria, pulinhos, pulões e suor do guitarrista, sem contar o delírio que é quando o plano detalhe da câmera está direto na guitarra.

Se você curte os sons de Ballbreaker, pode contar com a performance de "Hard As A Rock", "Boogie Man" "Hail Caesar" e "Cover You In Oil", e para quem é da turma dos clássicos, bem, saibam que todos estão lá,mas só para dar um pouco de água na boca e fazer vontade de assistir pra valer, o show abre com"Back In Black", passa por "T.N.T", 'The Jack", mostrando o Brian Johnson se pendurar na corda do sino de "Hells Bells" e depois de muita alucinação, o show fecha com o hino "For Those About To Rock (We Salute You)".

A volta de Phil Rudd, o ritmo ditado pelo baixo de Cliff Willians, a energia de Brian Johnson e o casamento perfeito das guitarras dos irmãos Young explicam bem porque a banda é uma lenda viva, responsáveis por vários dos melhores concertos da história do Rock. Anos depois, pude constatar isso vendo a passagem deles pelo Brasil em 2009, para a turnê do álbum Black Ice e o que mais me impressionou foi perceber que anos depois e após décadas de banda, os caras tem a mesma energia e exatamente a mesma performance em palco, sem cair a qualidade ou a magia que pode-se sentir em uma arena lotada de loucos com tiarinhas de chifrinhos! Em qualquer lugar do mundo os fãs de AC/DC ficam em êxtase, da primeira até a última música de um show, sem com que a gente saiba dizer qual público é mais agitado.
 Por isso, damos graças ao AC/DC  e dizemos para os vovôs mais bacanas do Rock: "We Salute You"!


 
 

quinta-feira, 21 de março de 2013


# 4  The Rolling Stones, Let It Bleed,1969

Olá gatinhas e gatões curiosos!
O 1001 discos tem o prazer de apresentar o álbum de uma banda nova por aí, ouçam seu trabalho para dar uma forcinha pros caras.” Uns tais” de Rolling Stones.

O ano era 1969, período 5070-5071 de Kali Yuga, a idade das trevas, do ferro. O homem pisa na lua pela primeira vez, Woodstock chegando para os últimos suspiros do “Flower Power”, ano considerado também como o ano do nascimento da Internet, a Guerra do Vietnã rolando. O mundo ficava pequeno demais para tanto sentimento e criatividade explodindo dentro de cada ser humano. Como diria um amigo: “Um ano bem sugestivo”. E no meio de tudo isso e mais um pouco, Let it Bleed , é lançado mostrando a dureza desses tempos.
 Tudo se resumia em violência, política, poder, avanços tecnológicos e uma certa esperança e otimismo, as pessoas estavam formando suas comunidades, suas soluções. Não deve ser a  toa que o álbum começa com o apocalipse de “Gimme Shelter” e encerra com a triste mensagem de “You Can`t Always Get What You Want”.
O trabalho dos Stones em Let It Bleed também conta com uma variedade de ritmos, como era feito na boa época do rock onde o blues e o folk  influenciavam diretamente.

E como diria o livro que inspirou esse humilde Blog, o álbum também é hard hock. E é  assustador quando a gente lê a letra de” Midnight Rambler” , por exemplo.

Como não conhecia o álbum inteiro antes de comprá-lo, nas primeiras vezes em que ouvi, não entendia muito bem , afinal de contas, não consegui definir apenas um padrão e um ritmo para ele. Ao ler algumas letras, me confundo ainda mais achando que “Love In Vain” era apenas uma love song, mas que rolava depois da forte, política apocalíptica “Gimme Shelter”, passando depois para algumas mensagens de violência e ameaças de “Midnight Rambler” e propostas mega indecentes da música título do disco. Cheguei a pensar que minha música favorita era alguma mensagem de esperança! “Você não pode ter tudo o que quer, mas se tentar algumas vezes pode encontrar aquilo que precisa”. Realmente, é uma mensagem bonita, mas o contexto todo era expressar como algumas pessoas são conformadas demais e como elas ficam tristes e acabadas demais quando não colocam, todo o seu sentimento e questionamento para fora. Elas bebem demais, comem demais, gastam demais, para quê? E assim a felicidade existe... Será?
O lado bom é que eu não fui a única a confundir. Afinal de contas, o belo coral do começo de “You Can´t...”e o trecho da letra já citada aqui virou até mensagem bonitinha de campanha publicitária no Brasil!

Só caí na real quando percebi que não conseguia escrever absolutamente nada sobre esse trabalho: não havia entendido mesmo! Até começar a relembrar a época, a dura época em que Let It Bleed foi lançado . E sim, toda essa massaroca de sentimentos que o mundo experimentava, do medo ao êxtase, estava ali, em cada canção, em cada letra, encaixadas perfeitamente nos ritmos certos. Um pouco no Blues, um pouco no Folk, um pouco do rock n roll puríssimo.

Um dos melhores trabalhos dos Stones, das nove músicas, as nove são de ouro e até o próprio Mick Jagger admitiu que o disco é um de seus trabalhos favoritos. E mesmo com a verdade daqueles dias expostas ali, não é um álbum pesado ou  difícil de ouvir, ao contrário, o tempo passa muito rápido quando estamos ouvindo, o que prova que “o que é bom dura pouco”.Muito clichê, mas na verdade essa foi a minha primeira impressão.

Lembro de uma época em que fazia alguns trabalhos falando sobre as décadas de 60 e 70 e um dos fatos citados foi o do fã  esfaqueado durante um show dos Stones, em 1968. A cena aparece no documentário da banda chamado “Gimme Shelter”, nome da faixa mais significativa de Let it Bleed. A opinião de hoje, anos depois desses estudos é que “Flower Power” era apenas uma utopia, as pessoas ainda são egoístas e cheias de complexos e inseguranças de todo o tipo para conseguir viver em uma comunidade onde tudo é divido de forma amorosa e harmoniosa. Talvez a mensagem do disco seja essa mesmo, longe de querer ser a dona da verdade.

Já que não vivi a loucura daqueles tempos, fico grata ao legado que foi deixado, a dificuldade, o inconformismo e angústia de toda uma geração, transmitidos em forma de arte.

Let It Bleed, Inglaterra, 1969

01-  Gimme Shelter (Jagger – Richards)             
02-  Love in Vain (Jagger – Richards)                
03 – Country Honk  (Jagger – Richards)           
04 – Live Whith Me(Jagger – Richards)              
05 –Let It Bleed (Jagger – Richards)                 
06 – Midnight Rambler (Jagger – Richards)      
07 – You Got The Silver (Jagger – Richards)   
08 – Monkey Man (Jagger – Richards)             
09 – You Can´t Always Get What You Want 
                  (Jagger – Richards)                                 

Cuidem-se, fiquem em paz na medida do possível, serenidade nos tempos difíceis e muito som bom na cabecita de cada um de vocês. E, em algum ano de Kali Yuga que eu não lembro (não lembro mesmo!), digo tchau!
E agora só faltam 997 !
=)


quinta-feira, 14 de março de 2013

Na trilha de Quentin Tarantino!


Saudações musicopirados!

Dessa vez saio um pouco dos 1001 discos para entrar no mundo do cinema e no Mondo Tarantino.
Vale lembrar que a Mostra Tarantino que está em cartaz no CCBB ainda rola por mais um tempinho.
Os espaços exibem filmes do consagrado diretor norte americano como "Cães de Aluguel" (1992), "Pulp Fiction" (1994)," Jackie Brown" (1997), "Kill Bill", v.1 e 2 (2003/2004), "A prova de Morte" (2007) e "Bastardos Inglórios" (2010).Há também alguns filmes em que ele fez em parcerias, como o famoso "Sin City" e "Um drinque no Inferno".

A mostra também exibe filmes que inspiraram Tarantino, como "Assassinos por Natureza", "Taxi Driver" e a versão de "Django", de 1966, já que esse ano saiu nos cinemas "Django Livre", que é sensacional! Na minha opinião, ainda  perde para os "Batardos", mas é genial.
A Mostra rola no CCBB até o dia 17 desse mês. Portanto, restam  dois dias pra gente se deliciar com as obras do diretor.
Ingressos custando R$4,00 (inteira) e R$2,00 (meia entrada).

Querem o endereço? Então anotem aí:
CCBB - Centro Cultural Banco do Brasil: R.álvares Penteado,112, centro. Tel: 3113-3651

E vamos de música que é o que manda nesse blog. Trilha sonora de "Pulp Fiction", cena marcante dos personagens "Mia Wallace e Vicent Vega. A banda? Urge Overkill. O som? "Giiiiiirl, you´ll be a woman soon"........

é isso aí, fiquem em paz, cuidem-se, e Tchaus!








domingo, 24 de fevereiro de 2013



                 Todo álbum tem um som que é seu!


 # 3 Fun House, The Stooges, 1970

Saudações Internet felina! 
 É com lagriminha no olho que volto a postar nesse amado e empoeirado blog!Os motivos do abandono? TCC, falta de organização de tempo e talvez uma certa falta de confiança. Mas vamos que vamos que o som não pode parar, não é o que dizem?

Toda grande volta tem um grande motivo e um grande empurrão divino. Quando decido voltar a postar para o 1001 discos, não sabia sobre qual álbum escrever. Mas queria que fosse algo realmente especial.

Volto um pouco antes no tempo quando comecei, desde o final do ano passado a pesquisar um pouco mais sobre Punk. Viajando por Velvet Underground, conhecendo a fantástica Nico, parando pra saber sobre as poesias de Patti Smith, relembrando meus querdinhos Ramones, parei para conhecer o tal Iggy and  the Stooges. De cara, me apaixonei por Ron Asheton,o guitarrista, ele era o cara mais sossegado e cool no meio daquela balbúrdia toda. Coisas que não se explicam. Não conseguia acreditar nas historias do Iggy Pop e até entendo porque hoje em dia ele está com essa aparência horrorosa, parecendo que tem mais de 300 anos. E descobri também porque depois de tantos anos, o The Stooges é tão fantástico e ainda é referência de muita molecada por aí.

Algum tempo depois, querendo postar sobre algum disco realmente bom e que fez a diferença pra muita gente, não só para mim, resolvo abrir o livro 1001 discos para ouvir antes de morrer, na primeira página marcada por alguns papéis que não sabia onde guardar e guardei ali,por acaso. E lhes digo, leitores, que ao abrir a esquecida página marcada sem motivo algum , dou de cara com a famosa foto de Iggy Pop andando nas mãos da galera alucinada. O álbum? Fun House, o segundo trabalho dos Stooges.
Ele, entre os 999 álbuns restantes. E alguém aí vai me dizer que é só coisinha de coincidência? Sei. Junto com meu susto, uma frase surge do nada em minha cabeça:
“Todo álbum tem uma música que é só sua” Sabe, aquela música que você vai ouvir todos os dias em todos os momentos, até enjoar.

  Com o CD em mãos (esse eu tive que comprar), passeio pelas sete operetas gravadas ali. Logo a primeira “Down On The Street”, ouvindo aquela introdução e o som seco e direto da guitarra de Ron, já sabia qual era o meu som. Introdução fantástica. Essa introdução bem Rock n Roll se parece muito com a trilha sonora de qualquer filme onde a cena é a mais importante,. É a trilha  que mostra que algo vai acontecer. Imaginem, uma câmera subindo , fazendo um Tilt, sabe, a câmera subindo dos pés até a cabeça do personagem mais bacana da cena, onde ele anda, com pose de machão e vai fazer algo muito louco. Vai resolver a situação. Algo vai acontecer.
O álbum começa assim.
Passei outras faixas (tudo isso as três da manhã), gostei de “Loose”, adorei “T.V Eye” e o jeito como ela engana a gente no final, mas voltei  para a  faixa um . Ouvi mais um pedaço de todas, voltei para um. Depois de terminar “L.A  Blues”, a última, fiquei com medo dos gritos infernais de Iggy, e coloquei de novo na primeira música. Ouvi mais duas vezes. No dia seguinte, lá vou eu de novo “descer a rua”. Esse é o meu som . É ela que toca exatamente nesse momento da vida onde só espero que algo aconteça. Ou que eu dê o grito de guerra e caminhe bem devagar para resolver alguma coisa. Essa é minha trilha. Encontrei meu som! Câmera em mim, “to” chegando com a pose mais mala!

Voltando ao “Fun House” como um todo, esse é o segundo trabalho da banda, dessa vez, produzido por Don Galluti. John Cale produziu o primeiro trabalho, que foi muito criticado e desacreditado e por isso uma troca foi inevitável. E as coisas certas aconteceram.
De acordo com o livro , o álbum é dividido em duas partes “ festa e ressaca”. Na minha opinião, os dois lados  são bem agressivos, mesmo na parte da festa.
Guitarra e linha de baixo casando muito bem em um som seco, direto, um soco na cara por farra dos caras. Os gritos de Iggy soam cada vez mais agressivos em cada música, sendo bem aparados pela “parede de barulho” da banda,terminando com a ressaca de “L.A Blues”, que não é bem um blues como o nome diz,mas um som distorcido, selvagem, assustador. (Ainda mais quando a gente coloca esse CD pra tocar quando já estamos na cama e  esperando que ele seja canção de ninar. )

Músicas diretas e letras que falam sobre festa, diversão, apaixonar se por uma noite e ficar com “Twat Vibe Eye” (olhar de comedor) em quem a gente nem sabe quem é. Na já tão citada faixa de abertura, tudo isso se mistura com aquela depressão de quem sai em busca de diversão, mas no fundo talvez só esteja querendo espantar alguns fantasmas. Vale dizer que quase tudo foi gravado a baixo custo ( já que a Elektra Records nunca deu muito crédito pros caras mesmo), e praticamente ao vivo! Dizem que não teve muito ensaio e nhen nhen nhém. Entraram , gravaram e pronto. Nos intervalos, as festas regadas  a sexo e drogas e drogas de novo fizeram todo o cenário das gravações e é incrível como, anos depois, a gente sente esse clima denso de tudo que deve ter rolado por ali.

E o mais bacana nessa historia de Punk Rock é que você nunca vai ouvir a mesma sonoridade e sentir a mesma vibração em discos de bandas que surgiram na mesma cidade, na mesma época e de pessoas que se conheciam e tinham algo em comum. Não tem como comparar Stooges com Television, nem com o primeiro álbum dos Ramones e nem ouvindo “Personality Crisis” do New York Dolls. São coisas muito diferentes. Não é padrão. Não é cópia. Eram apenas garotos que queriam fazer seu próprio som e para isso não existia barreira. Nem a de não saber tocar. Pois muitos deles não sabiam. Iggy aprendeu bateria muito cedo, viajou aprendendo sobre blues, mas os irmãos Asheton ,por exemplo, não sabiam.
E isso me importou ao ouvir a intro de “Down on the Street”? A resposta é não. Pois se não sabiam, aprenderam. E com muito mais sentimento que muito caboclo estudado por aí.

Destaques para “TV Eye”, “1970” e “LA Blues”

Por hoje é só! Cuidem –se, juízo e som bao na cabeça! O som de vocês! Aquele que sua banda de cabeceira fez parecendo que colocou seu nominho ali,depois de tudo!

Fun House, EUA, 1970, Elektra Records

01 – Down On The Street ( Alexander, R. Asheton, S. Asheton, Pop)      3:42 
02 – Loose ( Alexander, R. Asheton, S. Asheton, Pop)                            3:33 
03 – T.V Eye ( Alexander, R. Asheton, S. Asheton, Pop)                         4:17
04 -  Dirt ( Alexander, R. Asheton, S. Asheton, Pop)                                7:00
05 – 1970 ( Alexander, R. Asheton, S. Asheton, Pop)                              5:15
 06 – Fun House ( Alexander, R. Asheton, S. Asheton, Pop)                     7:46
 07 – L.A Blues ( Alexander, R. Asheton, S. Asheton, Pop)                      4:55


Agora só faltam 998!




domingo, 31 de julho de 2011

# 2 Amy Winehouse, Back To Black, 2006

Saudações musicomaníacos!

Falar sobre Back To Black tem um peso muito maior agora, pouco mais de uma semana da morte de Amy.
Não vou ficar com hipocrisia, talvez o que tenha me estimulado mais a falar sobre ele tenha sido mesmo a tragédia da cantora, pois agora todo mundo só sabe falar dessa coisa de morte aos 27 anos, abuso de drogas,talento desperdiçado, enfim, a mídia está deitando e rolando.Existem até dessas correntes de internet, dizendo sobre a salvação de Jesus para "pessoas como a Amy", mostrando, da maneira mais mentirosa e sensacionalista possível, montagens muito mal feitas do "antes e depois das drogas", fotos que qualquer analfabeto digital diz "É photoshop!"

Vamos ao álbum que é o que interessa: considerado como "o salvador do soul", mostrou a verdadeira essência de fazer música para as novas gerações (que estão precisando), e não é lá muito fácil de se ouvir. Nisso, eu concordo com a resenha do livro 1001 discos.
O álbum já abre com a frase "Eles tentaram me levar para a reabilitação e eu disse não, não, não." Poxa vida, quem é que tem a coragem rasgada de compor letras assim? Palmas para a nossa Amy, novamente.
O álbum segue, agora um pouco mais amargo com a divertida sacanagem de " You Know I´m no Good". E o que dizer de "Me and Mr. Jones? Um arranjo perfeito que nos leva de volta às viagens do blues e do soul na década de 50.
O álbum é marcante, ele rasga a gente por dentro em algumas faixas e nos adoça com melodias suaves como em "Love is a Losing Game". Mesmo que sua letra seja triste, é uma faixa onde Amy mostra a suavidade de sua voz.
Suas letras conseguem dizer nas entrelinhas algo que todo apaixonado quer dizer e não tem coragem. Que todo desiludido gostaria de gritar por aí, mas acha que não pode.Por isso, é um álbum genial e difícil. Sua controvérsia talvez não tenha sido o principal fator que o fez ganhador do Grammy.Mas sua produção realmente justifica o fato.Meus destaques são para "Rehab", claro! Principalmente pelo fato da música já fixar moradia na minha cabeça há uma semana, a belíssima "Love is a losing Game" e "Wake up alone", pela sua letra magistral.

Voltando à toda aquela polêmica em torno da vida de Amy Winehouse, o que eu mais pensava enquanto ouvia "Back To Black" faixa a faixa era "po, essa garota tinha que morrer nova desse jeito, burra burra burra!! Tanta coisa por fazer...o que a gente perdeu de genial?"
Confesso que não era fã dela não...Mas sempre que a via em alguma reportagem, foto ou coisa assim eu percebia que ela me chamava atenção. Que existia algo diferente ali.E, conversando com uma pessoa há exatamente uma semana, ouvi algo assim "Ela precisava das drogas e dessa vida toda para escrever as músicas que ela escrevia".
Penso o seguinte: Dentro de algumas coisas que estudei desses anos pra cá, penso que cada um tem um aprendizado.Tudo que há no mundo está aí, disponível. E cada um no seu tempo de aprendizado, faz uso desse tudo, sejam coisas boas ou não.
Amy não seria tão verdadeira em suas músicas se não tivesse os problemas que tinha, isso é fato. O que nos encanta em suas canções são o sentimento claramente escancarados ali.Da maneira que for: suave, amarga, sacana...Mas também é um baita egoísmo nosso pensar que fulano teve que sofrer pra cacildas pra nos entreter.
Nossa diva esteve em um estágio de vida (não falo só dessa vida aqui), onde suas experiências trouxeram aprendizado, que um dia levarão ao conhecimento e evolução. E é asim com todo mundo.. Para a posteridade, Amy Winehouse deixou seu legado, que é a única coisa que nos importa, pois esse lance de julgamento e sensacionalismo já deu nos nervos.
Aproveite as férias desse planeta, Diva! E obrigada!

Back To Black, Grã- Bretanha, 2006
Selo: Island


01- Hehab
02- You Know I´m No Good
03- Me and Mr. Jones
04- Just Friends
05- Back To Black
06- Love Is A Losing Game
07- Tears Dry On Their Own
08- Wake Up Alone
09- Some Unholy War
10- He Can Only Hold Her
11- You Know I´m No Good (remix)
12- Addicted
13- Close To The Front

Esse aí é o vídeo de "Some Unholy War".
É isso aí pessoal!!!
Só faltam 999!
Até lá!
=)